quarta-feira, 18 de maio de 2011

RELATÓRIO DO 7º ENCONTRO DO GESTAR II DE LÍNGUA PORTUGUESA

LOCAL: Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto – Maracaju – MS.

DATA: 14 de maio de 2011                                                HORÁRIO: 7h às 12h


(...) o estilo não deve ser subjetivo, mas objetivo; e para tanto é necessário dispor as palavras de maneira que elas forcem o leitor, de imediato, a pensar exatamente o mesmo que o autor pensou.
                                      Recortes do livro A arte de escrever, de Arthur Schopenhauer


Unidades 17
* Estilística
- SEÇÃO 1: A noção de estilo e o objetivo da estilística
- SEÇÃO 2: A estilística do som e da palavra
- SEÇÃO 3: A estilística da frase e da enunciação

Unidade 18
*Coerência Textual
- SEÇÃO 1: Continuidade de sentido
- SEÇÃO 2: A construção da coerência textual
- SEÇÃO 3: As partes do todo

A oficina – unidades 17 e 18 – TP 5 – ESTILÍSTICA E COERÊNCIA  – foi realizada no sábado, 14/05 e dividida em dois momentos. Iniciamos com uma reflexão sobre o vídeo “Aprendizagem” e sobre a necessidade de nos apaixonarmos pelo que fazemos. Realizamos o estudo teórico da Unidade 17 - Estilística e da Unidade 18 - Coerência Textual. As seções foram discutidas de modo a socializar e compartilhar nossas leituras. Discutimos todos os tópicos das unidades detalhadamente. Para ilustrar e fundamentar nossas discussões da seção 1 da unidade 17 “A noção de estilo e o objetivo da Estilística”, vimos um vídeo do poema “Trem de Ferro”, de Manuel Bandeira e ouvimos a música “Berimbau”.  Discutimos a riqueza dos aspectos sonoros e refletimos sobre o “Ampliando nossas Referências”, sobretudo plurissignificação, a fantasia e a parafantasia das palavras. Apresentei alguns slides que havia preparado para aprofundar os questionamentos sobre os assuntos tratados nessas unidades.

Lemos e discutimos o texto “Os Diferentes Estilos”, de Paulo Mendes Campos. Na sequência, os professores relataram suas experiências e a atividade mais trabalhada foi a unidade 18, o Avançando na Prática da página 105, seção “As partes do todo”, que propõe um trabalho articulado sobre coerência textual. Expliquei aos cursistas que a coerência é condição indispensável para que um enunciado passe a ser um texto, é ela que garante o seu estilo. A coerência revela-se através das condições de encadeamento das frases. Além disso, a falta de coerência pode ocorrer pela existência de erros conceituais, pela inadequação à circunstância na qual é enunciada, ou pela inadequação ao destinatário a quem é dirigido. Em um texto, as partes surgem uma após a outra, se relacionado com o que já foi feito ou com o que ainda vai se dizer. Para realizar tal propósito, quatro elementos devem ser considerados: a repetição, a progressão, a não-contradição e a relação. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto em que há coerência. A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual. Para Leonor Fávero, a coesão e a coerência textuais constituem níveis diferentes de análise. Isso porque, segundo a autora, pode "haver um sequenciamento coesivo de fatos isolados que não têm condição de formar um texto". Por outro lado, também podem haver textos destituídos de coesão, mas cuja textualidade se dá [no âmbito] da coerência" (2003, p.11). Também realizamos algumas atividades da AAA5, trocamos experiências e aprofundamos nossas discussões. Uma das maiores inquietações dos professores é fazer com que os alunos produzam textos coerentes e desenvolvam um bom nível de argumentação. Por isso, foi ressaltado que o trabalho com coerência deve ser permanente no dia-a-dia do professor de português. Após esse momento, fomos para a realização da proposta de análise do texto publicitário. Foram apresentados slides sobre a necessidade de se trabalhar o texto publicitário permanentemente na sala de aula, uma vez que é um forte instrumento para desenvolver criticidade e cidadania. Logo após, apresentei uma proposta de trabalho a partir do texto publicitário, depois distribuí propagandas diversificadas para que, em grupos, os professores as analisassem. Procurei evidenciar que muitas vezes há incoerências nas propagandas. Expliquei que ao nos valermos do texto publicitário como uma alternativa de leitura, devemos ponderar que esse tipo de discurso tem como objetivo provocar reações emocionais no receptor. Por isso, esse texto utiliza recursos retóricos para convencer ou alterar atitudes e comportamentos. Para tanto, as palavras, no contexto, passam a indicar ideologias e o modo de conduzi-las é de enorme importância para o efeito de argumentação. O texto publicitário mostra que há uma interação entre aquele que argumenta e o outro, pois as convicções do primeiro objetivam modificar ou reforçar as ideias do segundo. Comprova-se, assim, que um enunciador tem, além do objetivo de informar, o de orientar o receptor em relação a determinadas conclusões, orientação esta, presente na própria estrutura linguística do enunciado. Os textos publicitários são de alta circulação social e tendem a se tornar mais e mais comuns em virtude das características da sociedade em que vivemos, baseada na produção e no consumo de mercadorias. São textos que atuam justamente no sentido de convencer o público a comprar determinado produto ou, ainda, no sentido de despertar a consciência do público para a destruição do nosso planeta, para problemas sociais, entre outros. Neste último caso, os textos publicitários procuram "vender" uma ideia, uma forma de conceber as coisas ou, então, buscam estimular os leitores a mudar seu comportamento, suas atitudes. Assim, temos textos publicitários que visam convencer o leitor a parar de fumar, a levar uma vida mais saudável, a conservar o patrimônio cultural de uma cidade, a usar adequadamente o transporte público, etc. Foi uma atividade enriquecedora e os professores se sentiram motivados a realizar essas atividades com os alunos. Os grupos expuseram suas análises por meio de cartazes e reflexões. Foram analisados: público-alvo, recursos verbais, promessas implícitas e explícitas, cores e cenário, articulação entre o verbal e não verbal, argumentos persuasivos, inimigos aparentes. Houve muita interação, surgiram algumas dúvidas que foram  debatidas pelo grupo.






Na última meia hora, voltamos nossa atenção para a organização das apresentações do Projeto: Os Gêneros Textuais pedem Passagem, que cada cursista realizará por ocasião do aniversário do Município de Maracaju, em 11 de junho. Ouvi e anotei suas solicitações. Dentre as apresentações foram selecionadas: o poema de cordel, cartão postal sobre o aniversário da cidade, lendas, fábulas, memórias, entre outros.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

RELATÓRIO DO 6º ENCONTRO DO GESTAR II DE LÍNGUA PORTUGUESA

LOCAL: Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto
Data: 30 de abril de 2011.
Horário: 7h às 12h

Palavras são um brinquedo que não fica velho. Quanto mais as crianças usam palavras, mais elas se renovam.
                                                                            José Paulo Paes
Nesta oficina, após passar a MENSAGEM “O GATO FEIO” e Slides sobre a TP4, unidades 15 e 16,continuamos nossa discussão a respeito da necessidade de se trabalhar melhor o processo de leitura e escritura. “Nossos” alunos, de forma abrangente, têm concluído o ensino fundamental sem se apropriar dessas ferramentas: a leitura e a escrita. Por isso pautou-se na discussão de três grandes problemas: o letramento, a maneira como a língua portuguesa é trabalhada na sala de aula e a necessidade premente de envolver também os outros professores nesse processo.
   
Em seguida, passei os slides “Mergulho no texto”, Por que e para que perguntar, foram organizados duplas para trabalharem o poema, proposto por eles, “Cidadezinha qualquer” de Carlos Drummond de Andrade. Partiu-se de questões levantadas, debatidas e apresentadas no trabalho anterior. Os grupos elaboraram novas atividades de acordo com a realidade de cada escola. O que chamou atenção nesta atividade foi o fato de os professores cursistas (re)pensarem maneiras diferentes e mais criativas para se trabalhar a interpretação de texto.

    Na unidade 16, trabalhou-se a exploração textual. Por que e para que fazer perguntas sobre o texto? Como levar o aluno a ler com maior propriedade, aprendendo a identificar as ideias, as afirmações, os elementos presentes no texto. Foi muito produtivo e prazeroso este momento. Fluiu uma boa discussão sobre o que é imprescindível para compreensão e interpretação e o quanto é importante a elaboração de questionamentos, perguntas que explore o seu conteúdo.
Passei a eles slides sobre a análise da Mensagem “ O gato Feio”. Retomamos análise da narração X argumentação – anterioridade X posterioridade e causa X consequência – análise da intergenericidade X intertextualidade. 

   
A atividade proposta nesta oficina foi desenvolvida com muito empenho, cada dupla planejou a sua aula e apresentou.
                                    Tutora: Professora Sonia Von Grafen
                                                Maracaju – MS.